O rigor dos dias frios e turbulentos, nos obrigam a manter as portas e janelas fechadas. Apenas as vidraças meio embaçadas, são nosso periscópio neste mar revolto de vento impiedoso: contorcendo árvores, arrancando delas as folhas em sucessivas lágrimas!
Recostado em minha cadeira, em silencio, observo a luta das andorinhas - as que não emigraram- em vôos convulsivos num sobe e desce caótico, desordenado!
Esse espetáculo confuso da Natureza atua de certa forma, como um "carcereiro", que nos coloca em "prisão domiciliar"!
Semelhantes às cerejeiras, atento para meus netos. Para eles é sempre Primavera! Nem o vento frio e a garôa fina, são capazes de mantê-los debaixo de cobertores. São como as andorinhas, que adoram a turbulência e descrevem nos céus, malabarismos de tirar o fôlego!
No Inverno, sou como uma paineira! Contudo, a renovação depois dos castigos do frio, jamais ocorrerá em nova florada!
Como nutriente em cinzas, espero descansar para sempre, aos pés daquelas árvores! Quem sabe um dia, uma semente venha germinar por perto e eu terei o privilégio em poder fertilizá-la!
" Ninguém pode conviver sozinho com a beleza que é capaz de perceber.
E quanto a nós, que buscamos o Absoluto, e que construímos um jardim usando
a nossa própria solidão, a Vida nos deixou a imensa paixão para aproveitar cada
instante, com toda a intensidade" Kahlil Gibran.
Um texto bastante poético que acalma e nos faz pausar nos detalhes, nos movimentos e coloridos que descreveu! Esse espetáculo confuso da natureza, nos manda o recado - A natureza é cotidiana, respondona e nos tira do marasmo dos dias.
ResponderExcluirProcurei o texto em que homenageia Gilles e não achei! Soube que Saint-Exupéry tinha muitos amigos no Brasil, mas gostava mesmo era de frequentar a casa de Marcel Reine, em Itaipava.
Boa semana!
Que bom que meu texto tenha lhe causado esses sentimentos, Luma!
ExcluirBoa semana a você também!
Olhando a natureza, por mais triste que estamos, ela nos prova que a vida é maravilhosa, e cada momento é um momento diferente.
ResponderExcluirCom um pouco de tempo, podemos observar essa natureza, Claudia!
ExcluirAbraços!
Querido Vitor
ResponderExcluirDevido ao tempo em que estive afastada não havia ainda lido este post. Seu espaço tem conotação política, mas você está me emocionando com imagens maravilhosas como esta:
" No Inverno, sou como uma paineira! Contudo, a renovação depois dos castigos do frio, jamais ocorrerá em nova florada!"
Um beijo
Olá, Sidnéa!
ExcluirIsso também faz parte da política, pode estar certa!
Beijo!
Perfeito, lindo texto, mas e essas fotos com centenas de flores maravilhosas, será inverno? Ou primavera?
ResponderExcluirVolto lá de onde vim, do primeiro texto!
Bjs, pra Sueli, também!