O que hoje se chama silo, no meu passado era conhecido por tulha.
Era lá que meu pai estocava os produtos das colheitas: o café e o arroz.
A tulha era a continuidade do terreiro de secagem dos grãos que eram espalhados ao sol para a secagem e revolvidos, exaustivamente, por vários dias, até ficarem em condições de beneficiamento. Em seguida os grãos eram ensacados e cuidadosamente empilhados sobre estrados de madeira, para evitar a umidade. A colheita então, era vendida aos poucos, garantindo assim, o sustento da família por um ano.
A tulha era a nossa caderneta de poupança.
Era a garantia do pequeno agricultor, que produzia alimentos por conta e risco próprios.
A nossa felicidade era ver o terreiro colorido pelo café recém espalhado, ou ter a vista ofuscada pelo brilho dourado do arroz ao sol!
Na época das colheitas, o ar ficava impregnado de um perfume adocicado singular, percebido à distância! Naqueles dias havia mais pássaros, abelhas e borboletas no ambiente!
A gente acompanhava dia a dia, a metamorfose das cores do terreiro. Do verde, amarelo e vermelho, ao negro do café em coco!
A tulha era o coração da nossa pequena propriedade! Das poucas vezes que a vi por dentro, detalhes memoráveis ainda consigo lembrar-me: do calor expelido das sacarias de café e arroz; das pinturas a carvão feitas pelo meu pai, em dias de chuva, como pinturas rupestres nas paredes; dos feixes de luzes que passavam pelas frestas da janela...!
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz". Platão.
As imagens publicadas nesta postagem foram obtidas no Google Imagens.
Era a garantia do pequeno agricultor, que produzia alimentos por conta e risco próprios.
Na época das colheitas, o ar ficava impregnado de um perfume adocicado singular, percebido à distância! Naqueles dias havia mais pássaros, abelhas e borboletas no ambiente!
A gente acompanhava dia a dia, a metamorfose das cores do terreiro. Do verde, amarelo e vermelho, ao negro do café em coco!
A tulha era o coração da nossa pequena propriedade! Das poucas vezes que a vi por dentro, detalhes memoráveis ainda consigo lembrar-me: do calor expelido das sacarias de café e arroz; das pinturas a carvão feitas pelo meu pai, em dias de chuva, como pinturas rupestres nas paredes; dos feixes de luzes que passavam pelas frestas da janela...!
Havia naqueles tempos, entre meus irmãos e eu, uma provocação: destruir as teias das temíveis aranhas que moravam na beirada do telhado atrás da tulha! Causava arrepios, quando descuidadamente, tocávamos nas teias. Elas se lançavam rapidamente da toca, na busca de uma presa!
A temível aranha da beirada da tulha! |
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz". Platão.
As imagens publicadas nesta postagem foram obtidas no Google Imagens.
HAY MUCHAS COSAS A LAS QUE LES HAN CAMBIADO SUS NOMBRES ORIGINALES. MUCHAS GRACIAS POR COMPARTIR.
ResponderExcluirABRAZOS
Pero los recuerdos se mantienen sin cambios, ReltH!
ExcluirAbrazos!
This is very interesting. Beautiful memories ...
ResponderExcluirThanks, Agatek!
ExcluirMuchas gracias, hermosos recuerdos que me recuerdan mi niñez. Un abrazo y se muy feliz.
ResponderExcluirEspero que sea una infancia feliz, Lola!
ExcluirUn abrazo!
Quantas lembranças de outros tempos.
ResponderExcluirO meu avô materno era agricultor no Alentejo, não tinha um silo, mas algo semelhante, uma grande sala bastante escura onde guardavam o que colhiam, desde os cereais, alhos, cebolas, louro .... ao longo da sala existe um varão de madeira onde penduravam os chouriços e presuntos. Havia sempre um cheirinho tão agradável e quando coziam pão como eu gostava do aroma que saía do forno. Adoro recordar esses tempos.
Beijinhos
Maria
Olá, Maria!
ExcluirSuas lembranças do tempo do seu avô, são as mesmas da época do meu pai!
Beijinhos!
Nice Inspirations
ResponderExcluirFOLLOW my Blog!!! Maybe we can follow each other!!!
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Aqui está uma postagem muito original. Este fez-me recordar, igualmente, o que se passava na casa dos meus avós maternos que viviam no campo. Lembro-me dos figos nas esteiras, ao sol, para secarem; recordo-me das empregadas em frente de grandes tabuleiros, com pedras em cima do colo e martelos para partirem as amendoas e depois colocarem o miolo em cima desses tabuleiros; outras senhoras escolhiam o miolo – separavam as amendoas inteiras das que se tinham partido. E outros afazeres do campo pelos quais sentia curiosidade sempre que ia passar alguns dias a casa destes avós.
ResponderExcluirBelas recordações.
As lembranças realmente são muitas, Catarina!
ResponderExcluirA vida no campo tinha tudo isso que você lembrou e muito mais!
Abraços!
Oi Vitor,
ResponderExcluirSaudades
Sempre fui criada na cidade, mas meu pai sempre me levava às fazendas e sítios( lindo de mai , só se via café, laranja e algodão)
Minha a minha tem um resto de fazenda e, mas a tulha ficou igualzinha essa da foto.
Para fazer o projeto que estou fazendo precisa acompanhar desde o começo. Lá tem a fonte dos escritos, mas as imagens eu tiro da internet.
Obrigada por vir...
Beijos no coração
Desculpa o erros, estou com sono.kkk
Excluir1ª linha ( lindo demais).
Na 2ª linha: (amiga)
Beijos no coração
Isso mesmo, Dorli, as lembranças são parecidas!
ExcluirBeijos!
Os nomes mudam, mas a finalidade e os benefícios, assim como as boas lembranças ficam. Belo post Vitor!
ResponderExcluirAbraços,
Furtado.
Pena que muitos sítios como aquele da minha infância desapareceram, Furtado!
ExcluirAbraços.
Olá Vitor
ResponderExcluirMe senti em casa lendo teu belíssimo post.
Os nomes mudam de acordo com a localidade mas funcionalidade é a mesma
Vendo estes lindos grãos de café me transportei para minha infância porque já vivi isso. Só nunca mexi co aranhas meu amigo. Tenho pavor de tais insetos.
Um grande abraço e uma bela sexta feira
Olá, Gracita!
ExcluirParece que muitos de nós, temos recordações parecidas!
Grande abraço e bom fim de semana!
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz". Platão.
ResponderExcluirLos hombres podemos temerlo todo pero lo más extraño es que temamos encontrar con la verdad que es verdadero significado de la palabra luz.
Creo recordar que fue ayer, estuve visitando tu blog. Habías publicado un tema sobre el sueño que ha representado en tu vida volar y como finalmente lo has conseguido. Me sorprendió verlo publicado en mi muro junto con una parte de mi comentario. ¿Volverá a suceder lo mismo hoy? No puedo recordar qué hice, sobre que tecla hice clic. No es esto lo importante, así es que no hago más comentarios sobre el tema Facebook.
Me ha gustado el relato tan personal de tus recuerdos de aquellos momentos de tu vida que fueron para tí tan llenos de significado y es curioso también tus recuerdos de las cacerías de arañas. Saludos cordiales.
Hola, Franziska!
ExcluirSu observación es cierta, cuando se trata de miedo del hombre en la cara de la realidad.
He cambiado la forma de comentarios en mi otro blog.
Abrazos!
Ahhh, meu amigo, lendo sua descrição, a saudade apertou meu coração.
ResponderExcluirLi, reli, relembrei de tudo, com calma...Você me fez voltar no tempo...tempo de infância...
A fazenda dos meus avós ficava em Monte Castelo, região Alta Paulista.
Da entrada principal, ao longe, víamos as casas dos colonos agrupadas, a casa principal de madeira, grande com duas chaminés, o paiol , (a casa de tijolos que meu avô construiu anos depois) e do lado esquerdo, uma grande e imponente construção erguida em palafita - a tulha.
Olhando do lado de fora, a tulha toda em madeira larga, dava a impressão de ter dois andares, (de tão alta que era), com janelas de vidro próximo ao telhado, que não abriam e uma escada de madeira que subia, subia...
Na tulha ficava também a máquina de beneficiamento...(vovô proibia a aproximação da máquina).
Em frente do prédio, os terreiros cimentados, com rastelos jogados aqui e ali, que mal eu conseguia segurar de tão grandes.
Lá na tulha, ficava a colheita do café, do arroz...toda ensacada, pronta para ser carregada nos caminhões que as levariam para seus destinos ....
Férias escolares...lá chegávamos nós - eu, irmãs e primos...
E como brincávamos na tulha, no terreiro, no curral, no riacho, no eucaliptal, no açude...
Adorei as lembranças que chegaram, e , como você colocou...se eu fechar os olhos, sinto o perfume dos grãos de café, do arroz...
Abraços, e grata por me fazer lembrar esses felizes momentos.
Lígia e =^.^=
Oi, Lígia!
ExcluirEu nasci e até aos treze anos, vive nesse sítio. Pequeno para os dias de hoje, mas enorme naqueles tempos!
Os primos e primas da cidade vinham passar as férias de Julho em casa. Quanta saudade!
Os aromas, os sons daqueles dias ficaram impregnados na memoria.
Morrerão conosco, tenho certeza!
Abraços e bom fim de semana!