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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Inverno da Vida.

    Esses dias de Inverno têm sido inclementes!

   O rigor dos dias frios e turbulentos, nos obrigam a manter as portas e janelas fechadas. Apenas as vidraças meio embaçadas, são nosso periscópio neste mar revolto de vento impiedoso:  contorcendo árvores, arrancando delas as folhas em sucessivas lágrimas!

    Recostado em minha cadeira, em silencio, observo a luta das andorinhas - as que não emigraram-   em vôos convulsivos  num  sobe e desce caótico, desordenado!

    Esse espetáculo confuso da Natureza atua de certa forma, como um "carcereiro", que nos coloca em "prisão domiciliar"!


     De onde estou, vejo no horizonte os galhos nus da paineira apontados para o céu, como enormes mãos suplicando bênçãos!  Ela é a mais alta no pequeno bosque. Sua silhueta despojada lembra que estamos no Inverno!


    Descendo um pouco mais a vista, deparo-me com duas jovens Sacuras - árvores símbolo do Japão - cobertas de flores. Elas nem se importam em que estação estamos! Do outro lado do Mundo é Verão e isso é o que importa para elas!

    Semelhantes às  cerejeiras, atento para meus netos.  Para eles é sempre Primavera! Nem o vento frio e a garôa fina, são capazes de mantê-los debaixo de cobertores. São como as andorinhas, que adoram a turbulência e descrevem nos céus, malabarismos de tirar o fôlego!

    Olhando agora para mais perto de mim, vejo que há certa semelhança entre minha vida e o tempo lá fora!

    No Inverno, sou como uma paineira!  Contudo, a renovação depois dos castigos do frio, jamais ocorrerá em nova florada!

    Como nutriente em cinzas, espero descansar para sempre, aos pés daquelas árvores! Quem sabe um dia, uma semente venha germinar por perto e eu terei o privilégio em poder fertilizá-la!
 
     " Ninguém pode conviver sozinho com a beleza que é capaz de perceber.
      E quanto a nós, que buscamos o Absoluto, e que construímos um jardim usando 
      a nossa própria solidão, a Vida nos deixou a imensa paixão para aproveitar cada 
      instante, com toda a intensidade" Kahlil Gibran.
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