quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vergonha ítalo-brasileira!

Meu avô Carmini Nanni- o calabrês.
      Quando meu avô paterno Carmini Nani deixou a cidade de Áquila, na Itália e emigrou para o Brasil, certamente além do  espírito  aventureiro e desbravador, ao desembarcar nessa terra estranha, trouxe na bagagem além  de muita vontade de vencer, o coração repleto de esperança.





     Ao ver fotos amareladas do desembarque no porto de Santos, imagino a adrenalina que correra pelas veias do meu avô.


     Me transporto àqueles tempos, e vejo-me agora ao lado do meu pai Agostinho...


     Relembrando cenas de fim de tarde  sentados à beira do terreiro de café, chego a sentir o cheiro do suor dele misturado ao cheiro do café recém colhido espalhado no terreiro! 


     Não cheguei a conhecer meu avô pessoalmente. Deixou oito filhos. Apesar de simples lavrador, como meu pai, orientou cada um deles, para a música. Todos tocavam algum instrumento musical. Meu pai tocou acordeon dos oito, aos oitenta e seis anos. 
Meus avós maternos família Alvarenga.

     O orgulho que sinto em relatar esses fatos, me concede licença para afirmar que o esforço do calabrês Carmini Nani e minha avó,albanesa,  Isabel Spadaphora Nani não foram em vão. Orgulho-me dos meus irmãos. Orgulho-me dos meus filhos e netos. Honra-me sentir nas veias, o sangue dos meus antepassados italianos!
Meus pais Agostinho Nani e Maria Carmem Alvarenga.

    Envergonho-me no entanto, quando outros descendentes esqueceram as virtudes dos imigrantes.

    O País inteiro sentiu-se envergonhado com a atitude do Governo, no caso recente do assassino Cesare Battisti . Como pode, um semi-analfabeto decidir em lugar da mais alta magistratura? Como uma ex-primeira dama, portadora de título de cidadania italiana, se olhará no espelho? Com que cara visitará a Itália?

    Espero que meus conterrâneos consigam não só boicotar a Copa de 2014, mas se possível, influenciar a Comunidade Européia a fazer o mesmo!  Só assim, essa nossa terra ainda estranha, se tornará digna do respeito  que todos nós, brasileiros, merecemos!

 
   " Chi bene incomincia è a metà dellòpera" = Um começo bem feito é meio caminho andado.

   "A buon intenditor poche parole"=  Para bom entendedor, meia palavra basta.

    

     

2 comentários:

  1. Dr. Nani, tudo bem? Vou falar um pouquinho do meu avo, nasceu, viveu e morreu aos 72 anos, ele sempre me disse que eu passaria por esta terra - Brasil e que nada mudaria, so aumentaria os impostos que e o caixa para sustentar a corrupcao dos nossos mega ladroes-politicos brasileiros. As leis sao feitas para protege-los, o povo sozinho nao tem forca e o pior, o povo nao tem cultura para impor nada. Nao se esqueca que somos minoria. Ate quando vamos aguentar sem poder fazer nada??

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    Respostas
    1. A verdade é que hoje vemos os bandidos serem bem recebidos no Brasil, enquanto decentes trabalhadores haitianos são barrados na nossa fronteira.
      Seria o caso dos haitianos voltarem à sua pátria, assassinar uns conterrâneos, aí então seriam recebidos com tapete vermelho? Estamos sempre na contra-mão da história?

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